domingo, 15 de setembro de 2013

"O fardo mais pesado esmaga-nos, verga-nos, comprime-nos contra o solo. Mas, na poesia amorosa de todos os séculos, a mulher sempre desejou receber o fardo do corpo masculino. Portanto, o fardo mais pesado é também, ao mesmo tempo, a imagem do momento mais intenso de realização de uma vida. Quanto mais pesado for o fardo, mais próxima da terra se encontra a nossa vida e mais real e verdadeira é.
Em contrapartida, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, fá-lo voar, afastar-se da terra, do ser terrestre, torna-o semi-real e os seus movimentos tão livres quanto insignificantes.
Que escolher, então? O peso ou a leveza?" Milan Kunder, A Insustentável Leveza do Ser.


E hoje foi mais um dia de leitura. Nada melhor do que uma grande leitura para esquecer m
ais um domingo deprimente.
A questão do peso e da leveza muito me fez pensar e acabou por criar um grande debate dentro do meu consciente. Acho que não consigo escolher, preciso dos dois na minha vida, se bem que, como já devem ter percebido, sou mais a favor da leveza. Não por não querer o contrário, mas porque este me assusta.
Devia fugir menos, devia resistir e insistir, mas não consigo, o medo nunca me deixa avançar!
Há dias perguntavam-me se só me tinha apaixonado uma vez. Ao que eu respondi que sim, apenas com um leve aceno da cabeça. Perante a minha resposta, recebi nova pergunta: "Então como sabes que se te voltares a apaixonar vais sofrer outra vez?" Não sei, mas suponho que sim, amar é isso mesmo não é? respondi. Claro, que a minha resposta originou mais uma conversa de 2h, com vários argumentos e chamadas de atenção sobre a minha teimosia.
Entendo e aceito o que me dizem e até faço um esforço para seguir os conselhos, mas é mais forte do que eu. Continuo a preferir não estar do que estar.

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