quinta-feira, 21 de abril de 2016

Um dia..

- Vou ter uma casa com uma cozinha inglesa e um jardim com um baloiço
- Vou passar férias às Caraíbas
- Vou mandar algumas pessoas à merda
- Vou pedir desculpa por ter falhado
- Vou mudar de emprego
- Vou ver os Lakers
- Vou aos States
- Vou fazer uma festa num barco
- Vou visitar todos os meus amigos
- Vou voltar ao Brasil
- Vou fazer um interrail
- Vou...

quarta-feira, 20 de abril de 2016

E nos entretantos...

Passaram 2 anos. Pensei em relatar tudo e mais alguma coisa, o que foi bom, o que foi mau, todos os encontros e desencontros, mas...só faz sentido dizer isto: "Se tivesse que escolher alguém seria sempre ele".

terça-feira, 19 de abril de 2016

"Uma boa pessoa não pode ser racista"

Ontem cheguei a casa, tirei as sapatilhas e liguei a televisão. Segui para a minha rotina habitual, preparar jantar, banho...e foi no meio da correria que ouvi a frase "Uma boa pessoa não pode ser racista". Parei, sentei-me e comecei a ver o que restava da reportagem da SIC. O tema era o racismo. Quem me conhece sabe o porquê do meu interesse sobre o tema, para quem não me conhece: sou filha de pai brasileiro, tom de pele castanho escuro, tenho o cabelo encaracolado e com muito volume, cor de pele castanha, lábios carnudos, olhos pequenos e o nariz de "batata". A partir daqui não será muito difícil perceber a curiosidade sobre a reportagem. Ouvi as histórias que contavam, prestei atenção ao "teatro do pai racista", ouvi com atenção os comentários e os relatos dos mais novos. Identifiquei-me com alguns aspectos, fiquei chocada com outros, e emocionei-me um par de vezes.
Até ao dia de hoje nunca tive que "levar" com o preconceito da família de um namorado mas posso dizer que estou mais ou menos preparada para se isso acontecer um dia. Aprendi com os meus pais. A minha mãe tinha 21 anos quando conheceu o meu pai. O meu pai era negro e tinha vindo para a "terriola" jogar futebol (ou terminar a sua carreira). O cenário é fácil de prever, nomes feios e acusações para o meu pai, "encomenda" de serviços recorrendo a violência para o afastar da minha mãe, avô expulsa a minha mãe de casa, mãe e pai têm uma filha, família da mãe aceita a neta e anos mais tarde o pai. Os meus pais estiveram casados 20 anos, separaram-se há 7 o que quer dizer que passados 28 anos pouco ou nada mudou.
Até aos meus 14 anos passei por algumas situações de preconceito, numa dessas vezes tive 2 rapazes mais velhos atrás de mim a atirar-me com pedras e a chamar-me "preta". Alguns dos que lerem este texto irão dizer "preta" não é uma palavra feia, que é só a constatação da realidade. A esses respondo que "preta" é uma palavra feia consoante a intenção com que se diz. Naquele momento, "preta" foi dito com preconceito, com desprezo e pior de tudo com maldade. Se fosse hoje teria apresentado queixa, teria levado isso a tribunal e teria lutado para que essas pessoas fossem punidas. Naquela altura tive vergonha e demorei anos para contar aos meus pais.
Hoje não sinto tanto o preconceito mas não sou ingénua ao ponto de pensar que ele não existe. Por isso, fiquei um pouco incomodada quando na reportagem um indivíduo responde que "é normal no início o pai sentir alguma estranheza/desconforto por a filha namorar para um negro". Oi????É normal???Estranheza porquê? O rapaz é uma coisa estranha só porque tem outro tom de pele? Quer dizer então se o meu pai tiver "uma estranheza" por eu namorar um rapaz de cor clara também é normal?Ou aí já é racismo? Confundem-me estas pessoas que se assumem "não racistas" mas que acham "normais" atitudes discriminatórias. A verdade é que o racismo agora está mais camuflado, a maioria das pessoas diz que não é e bla bla bla mas depois quando o assunto é terem um neto, ou serem atendidos num estabelecimento ou até mesmo partilhar o banco do autocarro com uma pessoa negra já é um grande problema e um grande drama. A reportagem da SIC só veio provar isso mesmo, quantas pessoas se meteram para defender a filha que namorava para o "preto"? Uma? Duas? Não há prova mais eficaz do que essa, somos um país racista, não somos o mais mas somos um dos!

quinta-feira, 14 de abril de 2016

quarta-feira, 13 de abril de 2016

E se ninguém fala dos 28...

Falo eu! Isto quase que parece uma afirmação de protesto, mas na realidade não é. O que acontece é que naquela rede social azul vêm muitas vezes à baila estas coisas: " A realidade dos 20", "Os 30 são os novos 20", "40 mas é como se fossem 30" e mais um fim de títulos que agora não me lembro. Volta e meia leio esses textos para ver onde se enquadram os meus 28, mas a verdade é que nunca me enquadro em nenhum...Se pensam que os 28 são os novos 18, esqueçam so far away. E também não são uns pré 30, porque simplesmente não há "pré" para nenhuma idade. Ora os 28 são aquele ponto onde começam a surgir aqueles primeiros sintomas (algumas pessoas dizem que é aos 30, mas acreditem, começa tudo aos 28):

- As dores nas costas ( E é aqui que a coisa fica difícil, dores nas costas, são aquelas dores que não te podes queixar porque afinal só tens 28 e um trintas vai achar que estás a gozar com ele)

- O sono ( Sexta-feira, 22h30, já estás a dormir no sofá e a babar para cima da almofada)

- A digestão (Achas que podes comer sem problema um saco de gomas, mais um pacote de bolachas e um twix sem ficares com azia/enjoada mas não podes)

- As rugas ( Até aos 27 nunca liguei nenhuma às rugas, nem sabia que existiam, depois dos 28 pensas que qualquer coisa na cara é uma ruga. Descansem, nem sempre é!)

- Férias = Spa ( Os planos com as amigas deixam de ser um fim de semana de copos no Algarve e passam a ser no Spa da Foz, trés chique)

- Pijamas ( No Inverno, é só pijamas polares e ai de quem diga que estão fora de moda)

- Decoração ( Começas a pensar na cor do quarto, na mesa para a televisão e essas merdas todas que finges sempre que não ligas nenhuma mas depois vai-se a ver e ficas 1 hora no IKEA para escolher a colcha da cama)

- Festivais ( Acampar deixou de fazer sentido, pagas o bilhete e mais uma estadia no hotel x para dormires descansado e não tomares banho de água fria)

- Marmitas ( Começas a sair de casa com o pc e mais a marmita às flores)

- Viagens (Neste assunto não muda nada, continuas a querer viajar e a não ter dinheiro para isso)


terça-feira, 12 de abril de 2016

Dois dias...

a mandar bombas de açúcar aqui para dentro. Queria armar-me em Carolina Patrocínio e sair daqui a correr para o ginásio. Não vai acontecer, acho que estou demasiado "malandra" para isso.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Só quero...

- Enrolar-me no sofá
- Comer um crepe de Nutella
- Dormir
- Não cozinhar

O que vou ter:

- Dar de comer à miau´s
- Fazer o jantar
- Lavar a louça
- Preparar a marmita para amanhã
- Sentar-me às 22h00 da noite no sofá e adormecer

Aquele momento...

Em que tens uma manhã para dormir descansada mas acordas às 8h30 e não consegues dormir mais.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Pedaços de uma história

Faz hoje 10 anos. Era também uma sexta-feira, o dia estava feio, a chuva caía sem dó. Saí do trabalho mais tarde do que o normal, fui a correr buscar a nossa miúda. Pelo meio encontrei a Ana, estava eufórica, o casamento era no dia seguinte "Só espero que não chova" disse-me feliz da vida e seguiu atarefada.
Cheguei e recebi o melhor abraço da nossa miúda, estava contente, era sexta-feira "dois dias só para brincar" disse-me entusiasmada. Seguimos para as compras, mãe e filha no meio da confusão de sexta-feira, mas tinha que ser, naquele dia ia fazer o teu arroz de pato, era o teu prato preferido, andavas tão cansado, tão ausente, queria fazer-te bem, queria animar-te. Depois de mais de 1h na fila, lá conseguimos pagar, a nossa miúda estava cansada, foi embalada pelo carro e adormeceu. Estava tanto trânsito, achei por bem mudar o percurso, segui pelo Marquês e...o meu coração parou. A fotografia que via era a perfeita, os beijos apaixonados, o olhar de namorados, os abraços já com saudades, só uma coisa estava errada. Ela não era eu! Quis parar, gritar, explodir, quis deixar-te, quis fugir, quis desaparecer, mas segui. Segui para casa, deitei a nossa miúda, chorei abraçada a ela. Passaram 2 horas, mas pareceram-me 10. Chegaste tranquilo, beijaste-nos às duas.

- Como foi o teu dia? Acabei por fazer horas extras hoje, estou cansado.

- Quero o divórcio

Eu e a campanha #esefosseeu

Quero lá saber o que a Joana Vasconcelos disse. Interessa-me o que eu levava, agora o que ela leva...

De braços atados...

Ficámos assim quando vemos as pessoas que amámos a passarem por coisas más. Não podemos fazer nada para ajudar, não podemos chegar lá e resolver, mudar as coisas. Ficámos ali a assistir, de braços atados, a dizer palavras bonitas e acolhedoras. Quando é connosco as palavras não resultam, quando é com os outros queremos que resultem, queremos que fiquem bem, queremos acreditar nisso. Esquecemos-nos que tal como acontece connosco, as coisas más só acabam com o tempo.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Como explicar...

 as coisas "feias" que os adultos fazem a uma criança?  Dan Gliesack responde com a melhor explicação de sempre.


"Quando recebem uma moeda, põem-na no mealheiro. O mealheiro está numa prateleira, no vosso quarto.
A vossa mãe sabe e, de vez em quando, vai lá contar o dinheiro, para saber se pouparam mais ou se o gastaram.
Um dia, podem pensar: "Não quero que a minha mãe conte o meu dinheiro". E levam outro mealheiro para casa do João, para guardá-lo no quarto dele. Escrevem nele o vosso nome e põem-no na prateleira.
A mãe do João é muito ocupada e nunca tem tempo de ir ver o mealheiro dele. Por isso, podem guardar lá o vosso e será um segredo.
Todos os miúdos do bairro acham a vossa ideia fantástica e todos levam um mealheiro extra para casa do João. Agora, a prateleira do João está cheia com os mealheiros de todas as crianças do bairro.
Um dia, a mãe do João chega a casa e vê os mealheiros todos. Fica muito zangada e telefona aos pais de todas as crianças a contar.
Nem todos fizeram isto por mal. O irmão mais velho do José rouba-lhe dinheiro do mealheiro, e ele só quis escondê-lo melhor.
O Joaquim quis poupar para comprar uma prenda de anos à mãe, sem ela saber. O Manuel só o fez porque achou divertido.
Mas muitas crianças fizeram-no por más razões.
O Vasco andava a roubar o dinheiro do almoço aos colegas e não queria que os pais soubessem. O Miguel andava a roubar dinheiro da carteira da mãe. O Bruno estava a fazer dieta e não queria que os pais soubessem que ele andava a comprar doces.
Na vida real, muitas pessoas importantes foram apanhadas a esconder os seus mealheiros em casa do João, no Panamá. Hoje, as mães descobriram. Em breve, saberemos mais sobre quais destas pessoas importantes estavam a fazê-lo por más razões e quais o faziam por boas razões.
Mas quase todos estão metidos em problemas, porque é contra as regras guardar segredos."
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O (não) dia do pai

Não falo muito dele, nem aqui, nem nas conversas. É raro falar. Cada vez menos. Não é um pai como os outros, não liga a perguntar se estamos bem, não está presente no dia de anos, não está no Natal, não nos abraça e diz que vai ficar tudo bem. Com o tempo aprendi a percebe-lo, a entender o "desleixe", a falta de presença. Ele é assim! É a maneira dele, não por gostar mais ou menos de nós, mas porque é uma pessoa que não sabe, não sabe o que é preciso, é distraído, acha que crescemos por nós e que nunca foi preciso trocar a fralda, lavar os dentes, pentear o cabelo, dar de comer...Percebi que há pais assim, pais que não nasceram para ser pais, não porque não querem mas porque não sabem. A minha mãe faz os dois papéis, sempre fez. Sabe fazê-lo bem, sempre compensou a falta do pai. Parte-se em mil, tanto nos abraça e nos ama como nos puxa as orelhas e diz que estamos a fazer uma grande borrada. Sempre foi assim. Talvez por isso a "falta do pai" já há muito que não é um problema. Aprendemos a lidar com isso, a viver em paz com isso, sem cobranças e sem mágoas. Gostámos dele e ele gosta de nós, não é um pai como os outros mas é o nosso. Não é um bom pai, mas é o nosso pai, é nosso!

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Podia dizer que...

há coisas muito melhores do que ir passar um fim de semana com quem gostámos, mas...não há. Ris quando menos esperas, comes com vontade, abusas e não te sentes culpada. Afinal ser feliz é simples, basta aproveitar as coisas boas!