Já tinha ouvido falar deste artigo na página de facebook da modelo Ana Sofia, mas ainda não tinha "calhado" ir ler o artigo. Hoje foi o dia em que me dediquei a lê-lo e...identifico-me! Assumo que quando acordo "aquele" é o meu cabelo. Podia dizer que saio à rua assim, mas estaria a mentir-vos. O ciclo de manhã é sempre: água, creme, espuma. Se estiver a chover, não há hipótese, vai preso. Caso contrário, arrisco a levá-lo solto, mas só depois de estar completamente controlado. Não tem nada a ver com o "não" aceitar o meu cabelo, é mais porque é assim que gosto de me ver.
Costumo dizer que o meu cabelo tem vida e acreditem, tem mesmo. Não gosta nada de chuva e de secador muito menos e o Verão é sua estação favorita.
Do mal "o teu cabelo é tão fofinho, deixa-me mexer" também sofro. Não suporto quando o fazem e os meus amigos já sabem que é zona proibida.
Ir a um cabeleireiro é um tormento, por isso, só vou mesmo quando tem de ser. Felizmente agora que descobri os cabeleireiros afro as coisas são diferentes, mas durante anos andei na era dos cabeleireiros europeus e posso dizer que era o pânico. Não só para mim, mas também para quem me cortava o cabelo e para quem assistia. Foram anos até apanhar o jeito. E esticar? Até ao dia de hoje estiquei apenas 3 vezes o meu cabelo. Na primeira era uma miúda e detestei tanto o resultado final que me sentia um membro da família Adams. Na segunda vez foi por brincadeira, ideia da amiga da faculdade, queria experimentar e pronto. Também não ficou "bonito" estiquei e dois minutos depois água, não conseguia ver-me assim. Recentemente estiquei pela terceira vez, foi a minha primeira ida a um cabeleireiro africano e tinha ido apenas cortar, mas depois de estar lá perguntei-me e porque não? Resultado: Gostei! Ficava bem, ficava diferente. Claro, foi uma mudança provisória, dois dias depois voltei para o meu cabelo rebelde, cheio de caracóis. Já está em mim, não consigo separar-me dele, é demasiado importante para isso.
Se já me senti discriminada? Já, mas aprendi a deixar isso lá atrás. Em pequena era pior, agora não sinto tanto. Aprendi a lidar com isso.
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/uma-coroa-de-espinhos-1680731
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