Mais ou menos há um ano, numa conversa da noite, um dos meus amigos dizia que eu tinha um grande problema. Segundo ele, eu era uma pessoa sem sal. E agora vocês perguntam "um amigo TEU?". Sim, um amigo meu. E então ele explicou o porquê. Segundo ele, eu era aquela miúda que me podiam fazer trinta por uma linha (inclusive tirarem-me o namorado) e eu ficava na minha, não fazia escândalos, não gritava, não pensava numa forma de me vingar e passados não sei quantos meses até era capaz de falar normalmente para a pessoa em causa (isto dito por ele claro). Nesta altura ele já me tinha "espetado a facada no coração", mal sabia eu o que ainda estava para vir. Ele continuou com a conversa dizendo que, naquele momento, não conseguiria olhar para mim sem ser como amigo, ele dizia-me que eu não tinha aquela pitada de sal, não tinha o meu lado "bitch", que todas as mulheres deveriam ter. O facto de eu não ser uma "bitch" fazia-lhe confusão, ele achava que eu era gira, "uma miúda porreira", mas que não era interessante. Depois daquelas "facadas" todas eu já estava rendida no chão. Quis-me defender, eu não era nenhuma "santa", nem uma sonsa do pior, eu era só eu. É claro que quando me "lixavam" também ficava "maluca", mas depois com o tempo passava-me. Sei lá, eu não escolhia não odiar, simplesmente acontecia e agora por isso era considerada "sem sal". "É uma opinião" foi o que pensei depois de ouvir aquilo tudo.
Horas mais tarde, depois daquela conversa, recebi a mensagem: "Estava aqui a pensar e eu disse-te que eras uma miúda sem sal, mas esqueci-me de te dizer que eras uma miúda doce e a água doce é uma das melhores águas que existem". Dei-me por satisfeita! Não ser "uma cabra" até tem algumas vantagens!
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