Ontem foi um dia mau, não foi um dia terrível, horrível, não, não foi o drama, mas foi um dia mau. Pela milésima vez "levei na cabeça", no meu trabalho, por um erro que não era meu. E fiquei triste, chateada, com vontade de dizer "Meus amigos, sendo assim, vou à minha vida e deixo-vos com a vossa razão". Mas (lá está, há sempre um mas) exactamente no momento em que pensei nisso pairou sobre mim a nuvem da responsabilidade "Ah, não faças isso, tens contas para pagar", "Ah e depois vais trabalhar onde?", "E se não arranjas mais nada?". E por isso, pela milésima vez fiquei caladinha no meu canto e o máximo que fiz foi sair na minha hora certa (sim, sim, eu sei que sou super rebelde). Apesar disso, fui para casa pensar, pensar se realmente vale a pena isto tudo. Se vale a pena estar sempre chateada com estas coisas e se realmente o dinheiro que se recebe compensa o facto de andar mais vezes chateada e triste do que satisfeita e feliz. Bem sei que todos os trabalhos têm os seus quês e que mesmo que mude os problemas não irão desaparecer mas existe sempre a vontade de experimentar algo melhor ou pelo menos experimentar um sítio onde o nosso trabalho é reconhecido e onde somos tratados com respeito e igualdade independentemente da formação que se tenha. Estarei a ser idealista? Ingénua?Sonhadora? Não sei, talvez sim, mas acreditem ou não continuo a pensar que deverão existir sítios onde as pessoas trabalham realizadas, felizes, satisfeitas, pelo menos a maior parte do tempo...
P.S: E sim, provavelmente depois deste post posso ser despedida. E sim, provavelmente nem sempre devemos dizer (ou escrever) o que pensámos. Ainda vivemos numa realidade em que quem demonstra uma opinião diferente da entidade patronal não tem grande margem de sobrevivência dentro da entidade.
Posso dizer-te que passei mt tempo insatisfeita e infeliz no trabalho. No mês em que efetivei mandei tudo as favas e arrisquei. Se tive medo? Muito. Se valeu a pena? Tanto :)
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